Summary Recommendations - ESRA
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Inguinal Hernia Repair 2019

Summary Recommendations

O PROSPECT fornece aos clínicos argumentos de apoio a favor e contra a utilização de várias intervenções na dor pós-operatória com base em evidência publicada e na opinião de especialistas. Os clínicos devem tomar decisões baseadas nas circunstâncias clínicas e regulamentações locais. Em todas as situações, as informações locais sobre prescrição das drogas mencionadas, devem ser sempre consultadas.

Graus de Recomendação (GoR) e níveis de evidência (LoE)

São atribuídos GoRs de acordo com os LoE gerais em que essas recomendações se baseiam e que é determinado pela qualidade e pela fonte da evidência: Relação entre a qualidade e fonte de evidência, níveis de evidência e graus de recomendação.

A reparação de hérnia inguinal aberta está associada a uma dor pós-operatória moderada a intensa, que pode retardar a recuperação e o regresso às atividades diárias (Simons 2018). Além disso, o controlo inadequado da dor pode aumentar a taxa de internamentos não planeados e reinternamentos após alta hospitalar (Simons 2018). Por outro lado, o alívio inadequado da dor pós-operatória pode resultar em hiperalgesia e dor pós-operatória persistente (Wheeler 2019).

As recomendações PROSPECT para a gestão da dor após a reparação de hérnia inguinal aberta foram publicadas anteriormente (Joshi 2012). Contudo, foi necessária uma atualização da avaliação das intervenções anestésicas.

A literatura atualizada reforça as recomendações PROSPECT anteriores para a gestão da dor em pacientes submetidos a reparação de hérnia inguinal aberta (Joshi 2012).

A metodologia PROSPECT atualizada reforça ainda mais as recomendações, uma vez que vai além da avaliação das evidências disponíveis com base apenas na análise estatística simples (Joshi 2019).

Recomendado: Intervenções pré- e intraoperatórias

  • Salvo indicação em contrário, “pré-operatório” refere-se a intervenções aplicadas antes da incisão cirúrgica e “intraoperatório” refere-se a intervenções aplicadas após a incisão e antes do encerramento da ferida
  • Os analgésicos devem ser administrados na altura apropriada (pré- ou intraoperatoriamente) de modo a dar analgesia suficiente na fase inicial do recobro
Paracetamol e AINEs/Inibidores seletivos da COX-2
  • A analgesia sistémica deve incluir paracetamol (Grau D) e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou
    inibidor seletivo da ciclooxigenase (COX-2) (Grau D) administrado pré- ou intraoperatoriamente e mantido na fase pós-operatória.
  • Foi demonstrado que paracetamol, AINEs e inibidores seletivos da COX-2 providenciam uma analgesia excelente e reduzem a necessidade de opioides (Joshi 2019).
Dexametasona IV
  • Uma dose única de dexametasona IV é recomendada
    (Grau B) pela sua capacidade de aumentar a duração analgésica de bloqueio, diminuir o uso de analgésicos, e pelos seus efeitos antieméticos.
Analgesia regional
  • A infiltração com anestesia local e/ou analgesia regional
    (bloqueio do nervo ilioinguinal/iliohipogástrico ou bloqueio do plano transverso abdominal) é recomendada para providenciar analgesia regional (Grau A).
Anestesia  
 
  • É recomendado um bloqueio de campo (por exemplo, bloqueio ilioinguinal/iliohipogástrico) com ou sem infiltração da ferida como um único anestésico ou como adjuvante à anestesia geral (Grau A).
  • As diretrizes internacionais recentes recomendam o uso de anestesia local desde que o cirurgião tenha experiência nesta técnica (Simons 2018).
  • É obrigatória a seleção e aceitação pelo paciente de um único anestésico regional/local.
  • Uma meta-análise recente da ECRs que comparam a anestesia local versus outras formas de anestesia (incluindo a anestesia geral) concluiu que a anestesia local permite tempos mais curtos no bloco operatório e está associada a uma menor incidência de retenção urinária (comparativamente à anestesia neuroaxial) (Argo 2019). Além disso, a satisfação do paciente com a anestesia local foi semelhante à de outras técnicas anestésicas.
Técnica Cirúrgica  
 
  • Recomenda-se que a técnica cirúrgica seja baseada na experiência do cirurgião, características relacionadas à hérnia e disponibilidade de recursos locais (Simons 2018).
  • No que diz respeito à dor pós-operatória, são recomendadas técnicas de malha, preferencialmente a técnicas sem malha (grau A).
  • Esta recomendação está de acordo com as diretrizes internacionais para a gestão da hérnia inguinal (Simons 2018).

Recomendado: Intervenções pós-operatórias

  • A menos que mencionado doutra forma, “pós-operatório” refere a intervenções aplicadas no ou após o encerramento da ferida
  • Os analgésicos devem ser administrados na altura apropriada (pré- ou intraoperatoriamente) de modo a dar analgesia suficiente na fase inicial do recobro
Paracetamol e AINEs/Inibidores seletivos da COX-2
  • A analgesia sistémica deve incluir paracetamol (Grau D) e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou inibidor seletivo da ciclooxigenase (COX-2) (Grau D) administrado pré- ou intraoperatoriamente e mantido na fase pós-operatória.
  • Foi demonstrado que paracetamol, AINEs e inibidores seletivos da COX-2 providenciam uma analgesia excelente e reduzem a necessidade de opioides (Joshi 2019).
Opioides
  • São recomendados opioides como analgesia de recurso na fase pós-operatória (Grau D).

Intervenções anestésicas que não são recomendadas para a gestão da dor em pacientes submetidos a reparação de hérnia inguinal aberta.

Recomendações gerais para a gestão da dor em pacientes submetidos a reparação de hérnia inguinal aberta.