Summary Recommendations - ESRA
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Prostatectomy 2020

Summary Recommendations

O PROSPECT fornece aos clínicos argumentos de apoio a favor e contra a utilização de várias intervenções na dor pós-operatória com base em evidência publicada e na opinião de especialistas. Os clínicos devem tomar decisões baseadas nas circunstâncias clínicas e regulamentações locais. Em todas as situações, as informações locais sobre prescrição das drogas mencionadas, devem ser sempre consultadas.

A dor continua a ser uma questão importante após a prostatectomia radical, resultando em desconforto e, às vezes, internamento no hospital prolongado (Tan 2015). É necessária uma gestão inadequada da dor para otimizar a recuperação pós-operatória (Joshi 2014).

Os pacientes submetidos a prostatectomia radical aberta normalmente sentem uma dor dinâmica moderada nos dias pós-operatórios imediatos (d’Alonzo 2009). A cirurgia laparoscópica e assistida por robô é menos dolorosa do que a prostatectomia aberta, apesar das portas do trocarte poderem ser uma fonte de dor parietal após a cirurgia robótica (d’Alonzo 2009; Woldu 2014). Os protocolos analgésicos pós-operatórios devem refletir estes diferentes perfis de dor e a evidência específica identificada na literatura.

O objetivo desta revisão foi atualizar as recomendações para uma ótima gestão da dor após a prostatectomia aberta e laparoscópica ou robótica.

As recomendações PROSPECT para a prostatectomia radical, com base numa revisão sistemática da literatura, foram inicialmente publicadas em 2015 (Joshi 2015), que atualizou a literatura e as recomendações feitas na página Web em 2012 (Arquivo: Prostatectomia radical 2012). Contudo, vários novos regimes analgésicos, particularmente técnicas analgésicas regionais, foram introduzidas e a cirurgia robótica foi desenvolvida numa escala maior, portanto, era necessária uma atualização da revisão sistemática.

As recomendações para a revisão atual basearam-se nas da revisão anterior, apoiadas por informações adicionais dos estudos mais recentes.

A metodologia exclusiva PROSPECT está disponível em https://esraeurope.org/prospect-methodology/.

Recomendado: Intervenções pré- e intraoperatórias

  • “Pré-operatório” refere-se a intervenções aplicadas antes da incisão cirúrgica e “intraoperatório” refere-se a intervenções aplicadas após a incisão e antes do encerramento da ferida
  • Os analgésicos devem ser administrados na altura apropriada (pré- ou intraoperatoriamente) de modo a dar analgesia suficiente na fase inicial do recobro
Paracetamol, AINEs, inibidores seletivos da COX-2 A analgesia sistémica deve incluir paracetamol e AINEs seletivos ou não seletivos administrados pré- ou intraoperatoriamente e mantidos na fase pós-operatória

  • Os AINEs e inibidores seletivos da COX-2 reduziram os resultados da dor pós-operatória e o uso de opioides (Dirkmann 2015; Mazaris 2008; Bilgin 2011; Chelly 2011)
  • É recomendado paracetamol apesar de evidência específica para o procedimento limitada, com base nas recomendações anteriores (Joshi 2015)
Lidocaína IV contínua É recomendada lidocaína IV contínua durante a cirurgia aberta

  • A sua utilização é contraindicada na utilização simultânea de infiltração com anestesia local (Foo 2021)
  • A duração da infusão de lidocaína deve ser limitada aos períodos intraoperatório e pós-operatório imediato por motivos de segurança
  • A lidocaína IV contínua reduziu os resultados da dor pós-operatória durante a cirurgia aberta (Groudine 1998; Weinberg 2016)
Infiltração local da ferida A infiltração local da ferida deve ser usada sistematicamente para a cirurgia aberta antes de outros bloqueios de analgesia regional, na ausência do uso de lidocaína IV

Bloqueio TAP O bloqueio TAP é recomendado como a primeira escolha para a prostatectomia radical laparoscópica/robótica

  • O bloqueio TAP bilateral realizado no final da cirurgia reduziu os resultados da dor em procedimentos assistidos por robô (Dal Moro 2019; Cacciamani 2019; Taninishi 2020), mas os resultados foram conflituantes para procedimentos abertos

COX, ciclooxigenase; IV, intravenoso; AINEs, medicamentos anti-inflamatórios não esteroides; TAP, plano transverso abdominal.

Recomendado: Intervenções pós-operatórias

  • “Pós-operatório” refere a intervenções aplicadas no ou após o encerramento da ferida
  • Os analgésicos devem ser administrados na altura apropriada (pré- ou intraoperatoriamente) de modo a dar analgesia suficiente na fase inicial do recobro
Paracetamol, AINEs, inibidores seletivos da COX-2 A analgesia sistémica deve incluir paracetamol e AINEs seletivos ou não seletivos administrados pré- ou intraoperatoriamente e mantidos na fase pós-operatória
Opioides Os opioides devem ser usados como analgésicos de recurso no período pós-operatório

COX, ciclooxigenase; AINEs, medicamentos anti-inflamatórios não esteroides.

Intervenções analgésicas que não são recomendadas para a gestão da dor em pacientes submetidos a prostatectomia radical.

Intervenção

Motivos pelos quais não são recomendados

Gabapentina Evidência específica para o procedimento limitada/efeitos secundários
Dexmedetomidina Falta de evidência específica para o procedimento
Anestesia local intravesical Falta de evidência específica para o procedimento
Opioide intratecal Não recomendado devido ao risco de efeitos secundários
Epidural Equilíbrio benefício/risco desfavorável
Bloqueio epidural-caudal Falta de evidência específica para o procedimento
Bloqueio TAP Não recomendado para cirurgia aberta
Bloqueio da bainha do músculo reto abdominal Falta de evidência específica para o procedimento
Eletroacupuntura Evidência específica para o procedimento limitada
Infiltração de sulfato de magnésio na ferida/intravenosa Evidência específica para o procedimento limitada
Bloqueio peniano Falta de evidência específica para o procedimento
Trocarte sem válvula Evidência específica para o procedimento limitada
Incisão transversal/longitudinal Falta de evidência específica para o procedimento
Instalação intravesical de ropivacaína Falta de evidência específica para o procedimento
Cateter suprapúbico vs. uretral Falta de evidência específica para o procedimento
Cateter uretral vs. cateter suprapúbico e uretral Falta de evidência específica para o procedimento
Remoção precoce do cateter Evidência específica para o procedimento limitada
CO2 aquecido e humidificado Falta de evidência específica para o procedimento
Técnicas anestésicas Sem recomendações específicas para a técnica anestésica

TAP, plano transverso abdominal.

Recomendações gerais para a gestão da dor perioperatória em pacientes submetidos a prostatectomia radical

Paracetamol Recomendado apesar da evidência específica para o procedimento limitada (Grau B)
Lidocaína sistémica A infusão intravenosa contínua intraoperatória de lidocaína é recomendada para a cirurgia aberta (Grau B)
AINEs ou inibidores seletivos da COX-2 Recomendados desde que não existam contraindicações (Grau A)
Bloqueio TAP Recomendado para os procedimentos laparoscópicos/robóticos (Grau A)
Infiltração da ferida Recomendada para a cirurgia aberta (Grau B)

COX, ciclooxigenase; AINEs, medicamentos anti-inflamatórios não esteroides; TAP, plano transverso abdominal.