Summary Recommendations - ESRA
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Haemorrhoidectomy 2022

Summary Recommendations

O PROSPECT fornece aos clínicos argumentos de apoio a favor e contra a utilização de várias intervenções na dor pós-operatória com base em evidência publicada e na opinião de especialistas. Os clínicos devem tomar decisões baseadas nas circunstâncias clínicas e regulamentações locais. Em todas as situações, as informações locais sobre prescrição das drogas mencionadas devem ser sempre consultadas.

A hemorroidectomia está associada a dor moderada a severa pós- operatória.  Múltiplos tratamentos farmacológicos, estratégias anestésicas e técnicas cirúrgicas têm sido investigadas para analgesia pós-operatória.

As recomendações PROSPECT para gestão da dor pós-operatória após hemorroidectomia foram previamente publicadas em 2010 (Joshi et al) e 2017 (Sammour et al). Contudo, muitos estudos têm sido publicados desde as últimas recomendações, assim, o objetivo da presente revisão (Bikfalvi et al 2023), foi avaliar a literatura e atualizar as recomendações para a gestão da dor após cirurgia das hemorróides. Foram pesquisadas bases de dados entre 1 de Janeiro de 2016 e 2 de Feereiro de 2022.

A metodologia PROSPECT está disponível em https://esraeurope.org/prospect-methodology/.

Resumo das recomendações e evidência chave para gestão da dor em doentes submetidos a cirurgia de hemorróides

Tratamento farmacológico Paracetamol combinado com anti-inflamatórios não esteróides ( AINES) ou  inibidores seletivos da ciclo-oxigenase (COX)-2 devem ser administrados pré ou intra-operatóriamente e continuados no pós-operatório.

  • Não foram publicados estudos adicionais a investigar estes fármacos desde 2010 (Joshi 2010)
 
  Dexametasona ( intravenosa, dose única)

  • Não foram publicados estudos adicionais a investigar corticoides desde 2010 (Joshi 2010)
  • Dois estudos anteriores, incluíram a betametadona intramuscular, contudo, a dexametasona é utilizada habitualmente como anti-emético e um aumento da dose em 0,1 a 0,2 mg/Kg irão proporcionar analgesia adicional (De Oliveira 2011)
Laxantes

Metronidazol, diltiazem, sucralfato ou trinitrato de glicerina tópicos

Toxina botulínica

  • Novas evidências indicam que a infiltração local de toxina botulínica reduz a dor pós-operatória (Alvandipour 2021; Sirikurnpiboon 2020; Cheng 2022), mas a incontinência anal não é um resultado mencionado nos estudos incluídos.
  • Contudo, o custo desta intervenção é muito alto para a sua prática, por rotina.
Opióides para resgate

  • Devido às preocupações dos efeitos adversos relacionados com os opióides como náuseas e vómitos pós-operatórios, (Frauenknecht 2019), obstipação com consequente dor ao evacuar e a sua contribuição para a atual crise de opióides, (Soneji 2016), estes só devem ser considerados como analgésicos de resgate, se os procedimentos recomendados não forem adequados.
Estratégias anestésicas e analgésicas Bloqueio bilateral do nervo pudendo

  • A evidência indica benefício na realização do bloqueio bilateral do nervo pudendo ( também designado bloqueio isquiorretal) (Li 2021; Mongelli 2021; Di Giuseppe 2020; He 2021; Kumar 2016; Nadri 2018)
  • Contudo, o risco de lesão neurológica e consequente neuralgia do pudendo, especialmente se o bloqueio for realizado de forma “cega”, deve ser ponderado em relação ao seu benefício analgésico.
 
Procedimentos cirúrgicos

 

A técnica cirúrgica deve ser decidida de acordo com o tipo de hemorróides e a experiência e conhecimento do cirurgião

De realçar que a hemorroidectomia de Milligan Morgan é mais dolorosa do que hemorroidopexia com sutura mecânica e a hemorroidectomia com energia ultrassónica ou bipolar. No entanto, estes últimos são mais dolorosos do que a laqueação arterial transanal guiada por doppler e a laqueação elástica.

Estes resultados são baseados numa revisão de 54 estudos que investigaram diferentes técnicas cirúrgicas

 
Outras modalidades Acupuntura

A acupuntura perioperatória pode ser recomendada como adjuvante analgésico baseado na evidência específica para o procedimento (Qin 2020; Wu 2018; Yeh 2018; Wang 2020)

Contudo, a heterogeneidade nas técnicas estudadas, em associação com a redução da escala de dor inferior a uma unidade, e a necessidade de um procedimento específico para a técnica impedem a sua ampla disseminação na prática clínica.

 

COX, ciclo-oxigenase; IV, intravenoso; AINEs, anti-inflamatórios não esteróides.

Intervenções analgésicas que não estão recomendadas para a gestão da dor em doentes submetidos a cirurgia de hemorróides

COX, ciclo-oxigenase;  AINE,anti-inflamatório não esteróide.

Translated by Lara Gonçalves Ribeiro