Summary Recommendations - ESRA
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New: Hallux Valgus Repair Surgery

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Summary Recommendations

O PROSPECT fornece aos clínicos argumentos de apoio a favor e contra a utilização de várias intervenções na dor pós-operatória com base em evidência publicada e na opinião de especialistas. Os médicos devem tomar decisões com base nas circunstâncias clínicas e nas regulamentações locais. Em todas as situações, as informações locais sobre prescrição dos fármacos mencionados devem ser sempre consultadas.

A reparação do hallux valgus é uma cirurgia ortopédica comum, associada a dor moderada a severa, que pode ter um impacto negativo na recuperação pós-operatória (Korwin-Kochanowska 2020; Gerbershagen 2013). Muitos tratamentos farmacológicos, estratégias anestésicas e técnicas cirúrgicas têm sido investigadas no sentido de permitir a melhor analgesia pós-operatória possível.

Esta revisão (Wust 2025) teve como objetivo rever a literatura disponível e atualizar as recomendações PROSPECT prévias para manuseio da dor após cirurgia de reparação de hallux valgus (Korwin-Kochanowska 2020) que se fundamentaram em dados provenientes de 56 estudos.

A revisão sistemática e a formulação das recomendações foram realizadas utilizando a metodologia exclusiva do PROSPECT, disponível em https://esraeurope.org/prospect-methodology/. Esta metodologia foi publicada pela primeira vez em Joshi 2019 e atualizada em Joshi 2023.

As bases de dados (CENTRAL, CINAHL, EMBASE, MEDLINE e Web of Science) foram pesquisadas de 1 de janeiro de 2019 a 19 de novembro de 2024 para identificar estudos controlados randomizados e revisões sistemáticas, em inglês, que investigaram as intervenções analgésicas, anestésicas e cirúrgicas e avaliaram as pontuações de dor pós-operatória ( o outcome medido principal).

As recomendações PROSPECT foram atualizadas, baseadas na interpretação da evidência dos estudos incluídos, considerando o equilíbrio entre os benefícios e os efeitos adversos, o uso de analgesia básica e o contexto clínico específico para o procedimento.

17 ECRs e sete revisões sistemáticas e meta-análises cumpriram os critérios de inclusão.

Esta revisão está registada em PROSPERO: CRD420251013056.

Resumo das recomendações e evidência chave para gestão da dor em pacientes submetidos a cirurgia de reparação de hállux valgus

Analgesia sistémica

Paracetamol e AINEs ou inibidores específicos da COX-2, administrados de forma contínua, no período pré ou intraoperatório, e mantidos no pós-operatório.

  • De acordo com a metodologia PROSPECT (Joshi 2023), os estudos que se focaram exclusivamente nestes analgésicos básicos foram excluídos da revisão; na ausência de contra-indicações, os analgésicos básicos devem ser administrados perioperatóriamente a todos os doentes submetidos a cirurgia.
Dexametasona (corticoide sistémico), intra-operatória

  • Publicações recentes têm destacado o valor analgésico da dexametasona em combinação com técnicas analgésicas regionais (Desai 2023; Desai 2021); numa dose IV de 0,1 -0,2 mg/Kg, a dexametasona prolonga a analgesia no período pós-operatório com duração média de 8h na presença de uma técnica analgésica regional com anestésicos locais de longa duração de ação.
Opióides para analgesia de resgate, pós-operatóriamente

  • O uso de opioides deve ser reservado para analgesia de resgate, conforme indicado nas recomendações PROSPECT anteriores (Korwin-Kochanowska 2020).

Técnicas anestésicas e analgésicas regionais

Bloqueio do tornozelo com administração única de anestésico local como primeira escolha

Infiltração da ferida com anestésico local como alternativa ao bloqueio do tornozelo

  • A recomendação é baseada na evidência da revisão do PROSPECT prévio (Korwin-Kochanowska 2020), e é consistente com a recomendação prévia, não há evidências novas para a infiltração da ferida identificadas na nova atualização da literatura.

Procedimentos cirúrgicos

Cirurgia minimamente invasiva ou osteotomia percutânea

  • A recomendação é baseada na evidência de uma meta-análise (Ji 2022) e três ECR positivos (Dragosloveanu 2022; Torrent 2021; Yoon 2024) a demonstrar benefício analgésico nas abordagens minimamente invasivas ou osteotomias percutâneas em comparação com uma osteotomia aberta.

COX, ciclooxigenase; IV, intravenoso; AINE, anti-inflamatório não esteróide; ECR, ensaio clínico randomizado.

Intervenções analgésicas que não estão recomendadas para abordagem da dor em pacientes submetidos a cirurgia de reparação de hallux valgus.

Recomendações gerais para a abordagem da dor, específico do procedimento, em pacientes submetidos a cirurgia de reparação de hallux valgus

Tratamentos farmacológicos
  • Paracetamol combinado com  AINEs ou inibidores específicos da COX-2 administrados pré ou intra-operatóriamente e continuados no pós-operatório
  • Dexametasona ( corticóide sistémico), intra-operatóriamente
  • Opioide como analgesia de resgate pós-operatóriamente
Estratégias anestésicas e analgésicas
  • Bloqueio do tornozelo com administração única de anestésico local, como primeira escolha
  • Infiltração da ferida com anestésico local, como opção alternativa
Procedimentos cirúrgicos
  • Cirurgia minimamente invasiva ou osteotomia percutânea

COX, cyclooxigenase; AINEs, anti-inflamatórios não esteróides.

Translated by Lara Ribeiro and Sara Vieira

Recomendações PROSPECT para cirurgia de reparação de hallux valgus – Infográfico