O PROSPECT fornece aos clínicos argumentos de apoio a favor e contra a utilização de várias intervenções na dor pós-operatória com base em evidência publicada e na opinião de especialistas. Os médicos devem tomar decisões com base nas circunstâncias clínicas e nas regulamentações locais. Em todas as situações, as informações locais sobre prescrição dos fármacos mencionados devem ser sempre consultadas.
Após gastrectomia vertical laparoscópica, a cirurgia mais frequentemente realizada para perda de peso, a dor pós-operatória pode atrasar a recuperação e aumentar o risco de complicações (Lazzati 2023; Iamaroon 2019; Barajas-Gamboa 2024). São necessários protocolos padronizados de controlo da dor para melhorar a recuperação e a mobilidade dos doentes, especialmente porque o procedimento é cada vez mais realizado em regime de ambulatório ou de internamento de curta duração (Inaba 2018; Fortin 2020; Kaye 2019).
Esta revisão (Niels, Snijkers 2025) teve como objetivo atualizar as recomendações para o controlo da dor após gastrectomia vertical laparoscópica, com base nas guidelines de 2019 (Macfater 2019), que se fundamentaram em dados provenientes de 18 ensaios clínicos randomizados (ECRs).
A revisão sistemática e a formulação das recomendações foram realizadas utilizando a metodologia exclusiva do PROSPECT, disponível em https://esraeurope.org/prospect-methodology/. Esta metodologia foi publicada pela primeira vez em Joshi 2019 e atualizada em Joshi 2023.
A pesquisa bibliográfica atualizada identificou ECRs, revisões sistemáticas e meta-análises sobre intervenções analgésicas, anestésicas e cirúrgicas, com foco no controlo da dor em doentes submetidos a gastrectomia vertical laparoscópica. As bases de dados EMBASE, MEDLINE, PubMed e Cochrane foram pesquisadas de 1 de setembro de 2018 a 4 de fevereiro de 2024. Todos os estudos incluídos foram avaliados criticamente quanto às pontuações de dor (resultado primário), relevância clínica, eficácia, uso de analgésicos básicos (paracetamol e AINEs/inibidores específicos da COX-2), efeitos adversos e grau de invasividade da técnica.
39 ECRs e duas meta-análises cumpriram os critérios de inclusão.
Esta revisão está registada em PROSPERO: CRD42023487108.
AINE, anti-inflamatório não esteróide; COX, ciclooxigenase; ECR, ensaio clínico randomizado; LG, guiado por laparoscopia; NVPO, náuseas e vómitos pós-operatórios; TAP, plano transverso abdominal; USG, guiado por ultrassonografia
Intervenções analgésicas que não estão recomendadas para abordagem da dor em pacientes submetidos a gastrectomia vertical laparoscópica.
IV, intravenosa; TIVA, total intravenosa.
O bloqueio do plano abdominal transverso e a infiltração das portas cirúrgicas com anestésico local podem ser combinados. No entanto, deve ter-se atenção para evitar toxicidade sistémica provocada por anestésicos locais.
AINEs, anti-inflamatórios não esteróides; COX, ciclooxigenase; IV, intravenoso.
Translated by Lara Ribeiro and Sara Vieira
Recomendações PROSPECT para gastrectomia vertical laparoscópica – infográfico
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